quarta-feira, 15 de junho de 2011

Agente Autônomo de Investimentos, estamos nos aproximando da extinção?

Uma breve síntese a respeito dos profissionais competentes e certificados pela Ancord, registrados na CVM pagando com taxas trimestrais, custos operacionais, impostos e demais encargos

Durante uma pontual rodada de discussão com AAI’s  novatos e veteranos, concluímos que de fato nossos esforços e investimentos estão sendo remetidos ao limbo de forma inconseqüente e definitiva. Agentes Autônomos de Investimentos são sucateados e se tornam obsoletos a cada ciclo regulamentar, apesar dos melhores esforços de cada um em contribuir com a qualidade, fluidez e crescimento de participações no mercado financeiro.

Por um lado, os órgãos reguladores achatam cada vez mais a abrangência vedando competências importantes a prestação de serviços dos AAI’s.

Com a instrução normativa da CVM nº 497/2011 quando encarada de forma realista, revela evidências do novo enquadramento dos AAI’s como verdadeiros entregadores de panfletos, assim como fazem os panfleteiros de consórcios ou cartomantes em sinais de trânsito. Confere-se a profissionais certificados o simples papel de “registradores de ordens” ou de corretores de corretoras.

Daí lançamos as perguntas:

Onde está o nosso verdadeiro papel de “Agentes de Investimento”?

Onde aplicaremos os conhecimentos adquiridos em extensos cursos preparatórios e suadas certificações?

Por outro lado, existe forte tendência onde as corretoras aproveitando dessa inibição de atribuições optarem para sua comodidade em dizimar as atividades  dos AAI’s simplesmente montando centrais eletrônicas de atendimento que receptam e gravam chamadas, postando via operador de mesa as ordens dos investidores do varejo isentando assim a participação de AAI’s ou filiais no processo de registro de ordens. 

E por fim temos o próprio pregão brasileiro, que frente ao atual cenário mundial desaquecido tenta inutilmente com sua meia dúzia de “bluechips” manter volume de negociação expressiva de forma a atrair investidores do varejo para o mercado. A realidade é que hoje se cruzarmos os custos operacionais versus a volatilidade (retorno) oferecida temos uma relação desleal que vem afugentando os clientes do varejo de baixo e médio capital (5.000 a 70.000 reais) o que complica ainda mais a vida dos AAI’s.

Pelo que parece só nos resta apertar os cintos e assistirmos nossos projetos declinarem diante tamanho descaso com a categoria.

É de grande valia que leitores deste post compartilhem suas visões e aos que ainda pensam em iniciar a carreira como agente reflitam sobre suas escolhas.

2 comentários:

  1. Grande post. Gostei mesmo. Eu tava pensando em tirar esses certificados mas agora nem quero mais.

    valeu.

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  2. O intuito não é de desencorajar a obtenção de certificações. Em geral elas engrandecem o profissional levando-o ao nivelamento padronizado e homogêneo diante os demais analistas ou agentes. O que acontece é que neste caso dos AAI's realmente se tornou questionável uma vez que dificilmente os ganhos pagarão os custos diante o cenário atual.

    Certificações como as CPA's da Anbima são requeridas por instituições financeiras para contratação de gerentes de pessoas físicas ou jurídicas, se este for o objetivo de um determinado profissional, aí sim vale a pena conquistar a certificação e ser contratado.

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